Especialista: Patrícia Pires - Psicóloga
1. Um dos malefícios que a pandemia do COVID-19 nos trouxe, foi o surgimento e o aumento dos quadros de ansiedade, depressão e estresse. Como o vírus pode ter ocasionado impacto na saúde mental?
O isolamento social é a principal recomendação da OMS, a fim de evitar a propagação do Coronavírus. Essa medida, no entanto, impôs as pessoas uma mudança radical no estilo de vida. Soma-se a isso ao medo de ser contaminado, à impossibilidade do contato físico, problemas financeiros, hiper convivência familiar - entre outros fatores - causando um cenário de multi demandas na saúde mental, aumentando assim, os casos de depressão, ansiedade e stress.
2. Como saber se estamos com depressão, ansiedade ou algum outro transtorno? Quais são os sintomas?
A primeira coisa é entender que doenças emocionais, são doenças, como outra qualquer e não fraqueza ou frescura, como muitos pensam!
Além das mudanças emocionais, como agressividade, tristeza e falta de paciência fora do comum, toda mudança no corpo deve ser observada.
· Dificuldade para respirar e/ou falta de ar;
· Suor excessivo;
· Tontura;
· Tremores;
· Batimento cardíaco acelerado;
· Fantasias de catástrofes recorrentes;
· Insônia;
· Falta de apetite ou excesso, dentre muitos outros.
3. Como pedir ajuda? Qual é o primeiro passo? Só um profissional pode diagnosticar e tratar esses transtornos?
O primeiro passo sempre é buscar ajuda profissional especializada. Quando estamos com dor de dente, não procuramos um dentista? Com dor no joelho, um ortopedista? Quando excluirmos todas as hipóteses físicas, devemos procurar ajuda de profissionais da saúde mental. Psicólogo e/ou psiquiatra.
4. Há algum exercício mental diário que podemos fazer para usar como ferramenta de autocontrole?
Sempre indico meditação, ioga ou mindfulness.
5. O mundo inteiro sofre com cada aspecto dessa pandemia: aflição por não saber exatamente como ela funciona, medo de perder as pessoas que ama, sofrimento pelas que já perdeu, saudade das que não moram na mesma casa, preocupação com a educação e com o trabalho, temor pelo futuro. Como podemos ajudar a confortar nossos familiares e colegas?
A mim, cai bem a ideia de dizer: “Não sei bem como posso ajudar, mas estarei ao seu lado quando precisar. Conte comigo”
Me parece mais humano, enérgico e honesto. Realmente dá a impressão de comprometimento com a dor do outro.
6. Você indica algum canal no Youtube ou página do Instagram para que nossos colaboradores possam encontrar inspiração e palavras de conforto?
Tem um podcast chamado Autoconsciente da Regina Giannetti que aborda essas questões do cotidiano, acredito que ajuda a passar por momentos difíceis como esse. E claro, minha página no Instagram @psipatpires que alimento quase que diariamente com dicas para manter a saúde mental em dia.